Atravessou a avenida. Depois que a transformaram em corredor de ônibus, mais perigosa. Esperou que passagssem os carros e arriscou-se enquanto um bi-articulado vinha fungando fumaça preta. Deu tempo. Quando deu por sí, esbaforido já estava na outra calçada.
Parado defronte ao gigantesco prédio do shopping contemplou admirado aquele templo.
Nunca entrou lá pela porta principal. Conhecia a maioria dos shoppings de São Paulo. Pela entrada de serviço.
Depois de anos de serviço, aquele natal era diferente. Estava definitivamente desempregado. Há cinco anos que procurava emprego. Velho demais para competir com a molecada. Desatualizado dos mais recentes lançamentos da indústria. Não servia para mais nada.
A ex-mulher que andava lhe aporrinhando com a pensão dos meninos deu a idéia. Gordo como estava bem podia candidatar-se a uma vaga de papai noel. Levantava uns trocados. Podia dar presentes pros meninos.
Relutou. Mas a necessidade falou mais alto. Foi na agência e entrou na dinâmica para a vaga. Vejam só. Dinâmica de grupo para papai noel. Competiu com gente com menos que metade da sua idade. Repetiu no teste do Rô-Rô-Rô! A psicóloga disse que ele precisava dar mais ênfase, aspirar mais o ar. Desistiu. Inútil, não servia para nada mesmo.
Entrou numa loja de brinquedos. Um letreiro amarelo, um sol sorridente no silk. E um nome que trazia alguma coisa de happy. Isso ele sabia. Significava feliz em inglês.
Está aí. Boa sacada, essa. Feliz.
Escolheu um punhado de brinquedos, foi ao caixa.
A operadora fez as contas. Vai pagar com cheque ou cartão? Nicolau tirou do bolso um punhado de dinheiro, enrolado num elástico. Separou seis notas de cinquenta reais para espanto da mocinha. Pegou o ticket e os cinco reais do troco.
Saiu com uma sacola enorme pendurada às costas. Tinha um longo trajeto até o bairro do Capão Redondo. Ia à pé, pois os cinco reais deu a um pedinte alí à porta de saída.
Num alto falante estridente tocava uma música enjoada, falava alguma coisa sobre Jingle Bells. Isso ele também sabia. Tinha alguma coisa a ver com natal.
Recebí a tarefa do amigo Lord Broken Pottery e repasso para o Mário com o desejo de um Feliz Natal
Parado defronte ao gigantesco prédio do shopping contemplou admirado aquele templo.
Nunca entrou lá pela porta principal. Conhecia a maioria dos shoppings de São Paulo. Pela entrada de serviço.
Depois de anos de serviço, aquele natal era diferente. Estava definitivamente desempregado. Há cinco anos que procurava emprego. Velho demais para competir com a molecada. Desatualizado dos mais recentes lançamentos da indústria. Não servia para mais nada.
A ex-mulher que andava lhe aporrinhando com a pensão dos meninos deu a idéia. Gordo como estava bem podia candidatar-se a uma vaga de papai noel. Levantava uns trocados. Podia dar presentes pros meninos.
Relutou. Mas a necessidade falou mais alto. Foi na agência e entrou na dinâmica para a vaga. Vejam só. Dinâmica de grupo para papai noel. Competiu com gente com menos que metade da sua idade. Repetiu no teste do Rô-Rô-Rô! A psicóloga disse que ele precisava dar mais ênfase, aspirar mais o ar. Desistiu. Inútil, não servia para nada mesmo.
Entrou numa loja de brinquedos. Um letreiro amarelo, um sol sorridente no silk. E um nome que trazia alguma coisa de happy. Isso ele sabia. Significava feliz em inglês.
Está aí. Boa sacada, essa. Feliz.
Escolheu um punhado de brinquedos, foi ao caixa.
A operadora fez as contas. Vai pagar com cheque ou cartão? Nicolau tirou do bolso um punhado de dinheiro, enrolado num elástico. Separou seis notas de cinquenta reais para espanto da mocinha. Pegou o ticket e os cinco reais do troco.
Saiu com uma sacola enorme pendurada às costas. Tinha um longo trajeto até o bairro do Capão Redondo. Ia à pé, pois os cinco reais deu a um pedinte alí à porta de saída.
Num alto falante estridente tocava uma música enjoada, falava alguma coisa sobre Jingle Bells. Isso ele também sabia. Tinha alguma coisa a ver com natal.
Recebí a tarefa do amigo Lord Broken Pottery e repasso para o Mário com o desejo de um Feliz Natal
15 comentários:
Valter,
Escolhi bem o parceiro nessa empreitada. É bom ter bom gosto.
Grande abraço
Lord, bondade sua. Esforcei-me um bocado.
Abraço, mano
Final melhor não poderia ter. Parabéns.
abraço, garoto
E assim as pessoas vão sendo descartadas.
Há algum tempo, deveria ter sido um herói, agora não serve masi nem para fingir ser papai noel.
Mas o coração de pai, ainda falou mais alto.
O amanhã será outro dia.
O meu beijo
Valter,
parabéns!
A única coisa que faltou foi os NUMÉRICOS , do título, conforme o REGULAMENTO. Seus antecessores falharam e vc acompanhou no erro!
Forte abraço, BOM NATAL, e parabéns por este BLOG. Ótima idéia!
Denise,vc me acompanha mesmo, hein menina?
Obrigado pelas boas palavras.
Beijo, menina
More, dinâmica para uma vaga de papai noel, coisa estranha, não acha?
E eu seria reprovado, com certeza.
Beijo, menina
Eduardo, detesto números.
Nesse caso, nem lí que isso era obrigatório. Mas, acho que não alterou em nada também.
Abraço forte
Obrigado pelo convite, Valter. Vou começar a queimar os neurônios para fazer um texto à altura deste seu texto, o que será bem difícil, mas vou tentar pelo menos chegar perto do seu talento. Forte Abraço.
Mário, manda bala, companheiro!
Forte abraço
Caro Valter,
Muito bom o seu texto, o que não é de se espantar, não é mesmo?
Muito boa a idéia desse blog, se é que a entendi direito...rs
E desde já um Feliz & Abençoado Natal a vocês, repleto de paz, saúde e alegrias!
Beijo carinhoso, Cris
Valter, seus textos são escritos com a vida. Muito bonito. Beijo e parabéns por esse também.
Cris, um espaço diferente. Só isso.
Bom te ver aqui.
Bom natal para vc também.
Beijo, menina
Adelaide, vou aceitar como um elogio. Sempre cheios de vida, né?
Beijo, menina
Passei para desejar-lhe um bom final de 2007 e um bom ano de 2008.
Aproveito para LHE pedir que participe na blogagem colectiva que se realiza amanhã, dia 17, em prol da menina Flávia
Enviar um comentário