domingo, 16 de dezembro de 2007

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Faltando somente nove dias para o Natal, fui convidado pelo Valter Ferraz para participar desta interessante e diferente iniciativa de blogue coletivo. Fiquei muito contente com esta oportunidade que, para mim, virou presente. Obrigado Valter. Decidi fazer um post por impulso e sem qualquer planejamento prévio, vez que o convite chegou assim e acho justo que o texto siga pelo mesmo caminho do inesperado. Então vamos lá.

AO GOSTO DO IMPULSO, por Mário Leal do APOIO FRATERNO.
Deixo fluir pelos dutos da minha veia esta imagem que achei no Google. Eis a casa pequena que me fascinou. Gosto das coisas menos complicadas porque o simples tem o seu encanto embora desprovido de conforto.

O lago é assim. A árvore é assim. Céu, sol, pedra e cão são assim. O sol concorda em acender o dia sem indagar porque. O quadro retrata a vida que foi ao mesmo tempo em que aguarda a vida que virá. Não sabe o que é porvir. Não alimenta desejos insanos. Não reclama justiças. Apenas é. É vida posto que se conhece como presente e limita-se a interpretar aquele exato segundo. Forma aprazível paisagem por apenas ser quem é. Descomplicado sempre.

Complicados somos nós que pisamos na paisagem e cavamos as montanhas esverdeadas para fazer túnel. A árvore acaba seca porque precisamos derrubar a vida para poder pisar em asfalto. Gostamos de asfalto, estrada e rodovia. Queremos chegar de carro que é mais fácil e rápido para atingir um canto bucólico em que nada tenhamos que fazer além de destruir o natural ao enche-lo de tanto artificial. Até isca de pesca preferimos a industrial que é mais eficiente e pega mais peixe.

Encontramos o bom lugar e convidamos os amigos para dele compartilharem. Depois reclamamos que encheu demais da conta e anda repleto de lixo pelos cantos. Não sabemos administrar solidão ou ficar calados. Temos que contar a todos sobre a pequena casinha branca de telhado avermelhado, ali bem ao lado do lago, coberta de verde de tanto mato, ornada pela pedra tão forte, vigiada pelo cão que se avizinha da reserva de sadio peixe. Até não mais caber a gente. Ah, olhando a foto, tanta saudade a gente agora sente.

Precisamos discutir o aquecimento global e as calotas que tanto gelo derretem. Fazer reunião de montão para decidir o que será do mundo que estranhamente se perdeu. Calor insuportável de sentir. Meio ambiente assim revoltoso. Lugar inóspito de viver este planeta cheio de gente. Tanto poluente. Tanto detergente. Tanta fumaça. Vamos assim sem máscara a vida futura discutir. Baleia já morreu. Iceberg derreteu. Oceano minguando. Tsunami reclamando. Vamos seguindo em frente que esta vida é humana vida da gente desumana que vive dentro da gente.

Lugar bucólico. Casinha branca de telhado vermelho. Lagoa limpa de peixe sadio. Pedra bonita de inigualável força. Céu azul de sol brilhoso. Acendeu sem fazer força. Nada perguntou. Acendeu até que o homem o apagou.

E o resto é saudade que trago comigo sem saber do que.


Pronto. Eis o meu post ao gosto do impulso. Tem mensagem válida? O leitor é quem decide. Passo a bola para o querido e talentoso amigo Dácio Jaegger, do blogue Chega Mais.
Desejo a todos um Feliz Natal e Próspero Ano Novo!
Valeu Valter!
Editado por Alf: o Dácio Jaegger não se chegou à frente. Segue para a Gione!

7 comentários:

Alf disse...

Olá, Mário.

Muito obrigado pelo seu texto.

Se não se importa, vá lá às "permissões" e envie o convite para o próximo a participar, sim?

Feliz Natal!

Alfredo

Aninha Pontes disse...

Mário querido, seu impulso valeu, colocou toda inspiração prá fora.
Temos muito que pensar, que nalisar em nossas atitudes.
Esquecemos do simples, esquecemos das coisas que realmente nos dão prazer.
Um beijo

valter ferraz disse...

Mário,
certíssimo. Na veia, amigo.
Forte abraço

Anónimo disse...

Meu amor,

Sempre me surpreendo com seus textos, quando eu penso que você foi muito bom, você traz outro melhor ainda! Sei que sou suspeita para falar meu amor, mas que seja suspeita mesmo, pois ele está "simplesmente" divino...
Consciente, e ao mesmo tempo questionador, me faz pensar e se fechar os olhos vejo essa imagem em um lugar que eu conheço e tanto amo, seu impulso me levou a um lugar de paz, me levou bem para dentro de mim mesma...
Lindo...Parabéns!
Te amo, Cris

Jasmim disse...

Lindo texto.
Obrigada pela visita e pelas palavras

Ceci disse...

Seguindo a seta do Dácio, vim parar aqui. A proposta do blog coletivo me parece que já traduz o pensamento expresso nesse texto. Gostei muito, estamos na encruzilhada, em que se a consciência não gerar atitudes corretas, o planeta vai estar inviável rapidinho. Tenho visto se dar prioridade a muitos veículos particulares, 3 pessoas numa casa, 3 carros, pode? Onde vamos parar. Grande abraço, continuemos de olhos abertos e disponíveis para ações em busca do equilíbrio.

Anónimo disse...

Gostei muito desse post e seu blog é muito interessante, vou passar por aqui sempre =) Depois dá uma passada lá no meu site, que é sobre o CresceNet, espero que goste. O endereço dele é http://www.provedorcrescenet.com . Um abraço.