terça-feira, 16 de setembro de 2008

52

E um dia temos de parar.

E mudar.

O quê, não sei.

Mas temos. E devemos.

Para quê? Também não sei.

Avançar.

É aquela coisa do tempo. Do tempo para isto, do tempo para aquilo.

Das coisas que começam, que duram e que depois acabam.

Do tempo que todos falam, mas que ninguém liga.

Só ele.

Só o tempo, liga ao tempo que passa.

Só ele se dá conta.

Nós não.

E quando damos, é quase sempre tarde.

Acabou.



E agora dou-te este tempo a ti.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

51

..."Trago-te debaixo da minha pele.Apanhaste-me desprevenido.Atingiste-me o coração, pecado meu. E agora é tarde para tudo senão para escrever. O teu coração tão branco a bater perto de mim. Embora o não ouvisse sei que estava lá."...
Pedro Paixão, "Ladrão de Fogo"

navego. o Mar é o meu segundo elemento. gosto dele infinitamente. preciso de o sentir por perto, de o ouvir, de o cheirar. sem ele a minha vida fica mais vazia e a minha cabeça mais longe, dispersa, sem rumo.

navego. descubro que existe vida a circular em espaços não visíveis. navego num mar de nomes, de pessoas, que como eu navegam no seu silêncio, na busca de palavras suas e de outros.

navego. descubro espaços onde gosto de me sentar a ler. a pensar. a fazer sala sem ter sido convidada.

navego. neste mar descarrego pensamentos e ansiedades. desejo não perder as minhas palavras e poder continuar a escrever e a ser lida.

navego e descubro. E aí vai ele!...Patti