Têm-me dito muita coisa.
Que o Sol não é mais que uma fornalha atómica gigante, que a música não é mais que um jogo de frequências que só o nosso cérebro consegue descodificar, que o apreciar do nosso prato favorito ou, pasme-se, o sentir-se apaixonado, não são mais do que flutuações da nossa bioquímica interior.
Pois se crescer significa aprender eu quero. Mas se crescer acarreta esquecer, então deixem-me ficar com o Sol como mago dos céus, com a música como fantasia, com a bioquímica interior como o festim dos sentidos. Deixem-me evitar racionalizar quando assim o desejar.
Têm-me dito que há um mundo desencantado e triste lá fora.
A essas pessoas mandá-las-ei à fava. E depois apaixonar-me-ei como um adolescente, rir-me-ei na cara delas. E também tu podes fazê-lo. Pega no teu sorriso contagiante, veste-te de bolinhas da cabeça aos pés, canta e dança à chuva. O que quiseres.
E vamos deixá-los bradar ao vento.