(não fui convidada para escrever
neste blogue, vim cá dar por alguma razão, como em tudo na minha vida, encontro
sempre uma razão para tudo, desde as atrocidades a tão boas alegrias da vida. Perceber
para além de.
Aqui fará sentido.)
Pensava como seria aos 60, estava agora com 40, via-se a
meio de um livro escrito. Não cogitava se estaria bem ou mal lavrado, sua
bíblia redigida era uma catástrofe de alegrias e mais umas avalanches de
tristezas oprimidas. Como seria aos 60...
Apagou a luz do pequeno candeeiro de quarto, e a escuridão
era clara, o coração bateu em compasso nervoso e a cabeça iniciou a fervura de
uma panela de pressão. Enrolou-se aos lençóis que depressa iriam aquecer e
falou baixinho, “como vou eu amar?, como
vou eu amar??? deita-te comigo medo, mas não me contes mais mentiras, fica
somente aqui perto, encaixa-te no meu corpo, bem sabes que não sei viver sem
ti, não sei viver sem ti... mas não me ampares porque não será desta a minha
queda, não vês? Estamos nesta cama, e tu estás agora envolto neste corpo por
amar.”
E o medo respondeu-lhe, “não consigo fazer-te amar, se a mim que sou o teu medo me fizeres
acreditar. Aqui, no escuro, este reino e domínio é meu, se bem queres, aqui
consigo fazer-te desejar, aqui no sombrio tenho o poder de a ninguém desprezar.
Fecha os meus olhos e eu verei esse teu querer, este que te sinto agora neste
abraço que sufoca. Conto-te que o amanhecer virá, dar-te-ei o que julgas certo,
na que será claridade pardacenta. E na boa luminosidade nunca desistas desse
lutar, desse saber se se sabe amar. Depois desistirei de ti e de te aconchegar,
como agora, com a nova luz quase a chegar. Pois tão cedo eu não vou
voltar, nestas últimas horas de luar. Shiuuu o sol vai raiar e eu vou fazer-te
sossegar.”
.
.
(Da mesma forma que não fui convidada não convidarei ninguém para aqui postar, mas vou fazer publicidade no meu blogue e espero que algum dos meus seguidores me ofereça tal sorriso, o de saber que alguém continuou. Desejo-vos.)
Vossa, ©@bra